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domingo, 6 de julho de 2008

EU, BORBOLETA


Eu, Borboleta


Não posso acordar num novo dia


E simplesmente ser outra pessoa


Ter outra vidaOutros planos e sonhos


Tampouco posso apagar


Os capítulos que já escreviI


mpedir que as palavras ditas


Que os gestos praticados


Poupem o estrago que já causaram


Eu só posso aprender com os erros


Acordar agradecida pela vida


Pela família, pela saúde, pelo trabalho


Acreditar nas minhas vontades


E cuidar com zelo dos sonhos


Dos meus e dos que estão ligados a mim


Eu devo pensar mais do que falar


Sempre!


Sempre pensar o que falo


Ao contrário de falar o que penso


E agir com o mundo


Como se estivesse diante de mim mesma


Porque a minha felicidade


Está onde o mundo é feliz


Cada dia é uma dádiva


Cada amizade um tesouro


Cada amor único em sua grandeza


Próprio por sua intensidade


Diante de tanta imensidão


De tudo aquilo que se descortina


Que desafia, que instiga


Um fragmento no tempo é o bastante


Para se eternizar uma vida


E ainda que muitas vezes eu amanheça lagarta


E me tranque em meu casulo cinzento


Em tantas outras manhãs


Eu, Borboleta, prefiro beber das flores


Colorindo meu paladar


Brincando com as cores, com os aromas


E, sobretudo, podendo voar...


Malu Sant’Anna